Encontros e Desencontros

E numa destas “armadilhas” do destino nossas vidas se cruzaram; sem pretensão alguma, um encontro marcado sem nenhuma aspiração; mas eis que surge um olhar sincero, um abraço envolvente e um beijo que disse mais do que poderia dizer um discurso previamente preparado.

E assim foram meses de olhos nos olhos, e era engraçado como aquela troca de olhares sempre falava tanto; o silêncio poderia perdurar horas, mas o olhar de ambos revelava tanta história, tanto significado, que ao se despedirem, estavam “alimentados” de saber, de conhecimento, um do outro.

Um desencontro...Palavras não ditas? Ausência de vocábulos? Orgulho? Medo? Um conjunto de estúpidas emoções os separou...

A vida seguiu, refizeram suas vidas...mas o destino mais uma vez atuou...depois de 1 ano separados, sentados num café, olhos nos olhos, mãos que acariciavam o rosto do outro, como que tocando a pele de um bebê, palavras de afeto, surgiram 2 frases: “ – Você escolheu ir embora.”... e o outro, “ – “ Você me deixou ir embora.”...

Ali estavam os dois, mais uma vez reunidos, por um esbarrão causado pelas leis do universo, um novo Encontro acontecia...

E assim começamos um questionamento; quantas vezes abrimos mão de um “real”, “verdadeiro”, Amor por emoções pobres como orgulho, empáfia, soberba, MEDO?

Quantas oportunidades teremos de viver um Amor novamente? Dizem que ele só acontece uma vez, outros afirmam que ele nos acomete quantas vezes forem necessárias, até que aprendamos o real sentido de amar; mas, o que estamos fazendo HOJE, AQUI, AGORA, para estar ao lado daquele (a) que realmente amamos?

E quando abrimos mão (e atentem, neste momento estamos abrindo mão de NÓS mesmos) por “conceitos socioculturais pré-determinados”, que um dia, alguém ousou descrever como NORMA, e jogamos FORA um AMOR, por ser ele (a); “pobre, pertencer a outra classe social, ter ela (e) cabelo “ruim” (o que é ter cabelo ruim?), ter uma outra cor de pele, ser baixo, gordo, ser babá, magro, não ser o “Bil Gates” da vida, ser careca, não pertencer a uma família “quatrocentona”, enfim, a lista é gigantesca”.

Acreditemos ou não em “destino” ou “acaso” (eu acredito, não vim para cá a passeio, ainda bem), tentem se lembrar de quantas vezes ou quantos casos de “déja vú” (sensações de já ter vivido) já sentiram ou ouviram relatos.  Tentem se lembrar de emoções “estranhas” ao cruzar com algumas pessoas que nunca viram ou ao chegar em lugares que jamais estiveram...

Nada é por acaso...nós não somos frutos do acaso; somos uma combinação genética, brilhantemente manipulada pela natureza humana, que só resultou no que somos, porque aquele espermatozoide em específico fecundou aquele óvulo naquele mês, caso contrário, seríamos um OUTRO; portanto, NADA é por acaso, fomos quimicamente combinados, atomicamente ligados, e se assim quiserem, astrologicamente, unificados.

Da mesma forma,  é a ENERGIA que emanamos e deixamos por onde passamos e que é captada por algumas pessoas, que “por ventura” virão a cruzar nossos caminhos.

Encontros e desencontros acontecem, e continuaram a acontecer por todo sempre, a diferença entre eles é uma só; a maioria dos Encontros foi “programada” de forma a nos surpreender (surpresas são sempre lindos presentes); os Desencontros, em sua maioria são provocados por nosso EGO, nosso egoísmo, nossa incapacidade de doar, compartilhar, ainda que momentaneamente.  É aí que perdemos o Encontro, quando não “queremos”, “entender” o Amor.

Nada é por acaso...nada é em vão...nem mesmo o momento que você dedicou a esta leitura...