O que você faria em 60 segundos?

"Meu amor, o que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar me diz, o que você faria?" (Paulo Moska)

 

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Moska foi brilhante quando nos convidou a pensar sobre nossos últimos atos num - ainda improvável, mas não impossível - último dia de nossas vidas neste planeta.

Alguns meses atrás eu vi um filme, (no fim do texto eu conto o nome, senão vocês me largam aqui e vão correndo ver o filme), que não tem a profundidade psicoemocional de nosso brilhante letrista e cantor, mas de novo nos leva a refletir sobre o que tem valor. Atentemos, o sentido de valor aqui pode ser qualquer um, figurativo, econômico, sentimental, a questão é simples: “Se tivesse apenas 60 segundos para levar algo com você o que seria?”

O cenário não importa, não faz diferença, pode ser um prédio em chamas, pode ser um navio afundando, pode ser uma fuga de um banco tomado por terroristas, pode ser até mesmo um treinamento e você não saber; o que de fato importa é que você tem 60” para levar algo com você. Alguma vez pensamos sobre isso? Eu já havia vivido uma situação muito parecida, mas voltemos, parece tão banal, tão infantilmente ridículo “perder tempo” pensando sobre algo “inimaginável”; e é exatamente por isso que provavelmente muitos de nós nunca tenha sequer dado atenção; nós adultos perdemos a capacidade de ver o universo, de ver o todo, de enxergar possibilidades, as crianças não.

Onde DEIXAMOS as “coisas” que nos são valiosas? Em casa? Num cofre? Na garagem? Num escritório? Num quarto com móbiles? Na lembrança de uma única dança? Na casa de praia gigantesca, que até esquecemos de usar?

Seria possível que num momento como este, não soubéssemos “que coisa” levaríamos conosco? Não seriam 60” pouquíssimo tempo para uma "escolha"? Claro que sim, e talvez muitos estejam lendo este texto e neste exato momento estejam tentando imaginar exatamente o mesmo. Mas, diante de situações de caos, conflito extremo, desespero, somos convidados a "nos questionar" em lugares dentro de nós que desconhecíamos, e neste momento, a escolha feita é a REAL. Mas, a dúvida, não seria um tanto frio um ser humano não saber o que levar consigo num momento como este? Não, é ABSOLUTAMENTE humano. A sociedade cosmopolita vem nos sufocando tanto, que pouco sobra para que nossos cérebros e nossas emoções possam se manifestar, sendo assim, seria humanamente normal, que vivêssemos uma dúvida num momento como este.

Se tivesse apenas 60 segundos para levar algo com você, o que seria? Pense? Agora, pense melhor e mais profundo; e se você tivesse 60 segundos para levar alguém para a vida toda?

Casa Comigo? Não, não se assustem, não estou propondo nada a ninguém, este é o nome do filme que lhes falei no começo do texto. É um romance? Claro, romântica inveterada, óbvio, mas é uma comédia romântica, mas, tentem olhar o filme, e não simplesmente ver. Tentem “ler” as delicadezas e sutilezas do filme, eu posso garantir que mesmo aqueles que acham romance um “saco” vão gostar; bem se não gostarem, voltem aqui e me esculachem, fazer o que?

Eu tive um pouco mais que 60”....

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